Com uma força desproporcional em relação aos defensores, a Espanha tomou a Ilha de Santa Catarina há 245 anos. A ofensiva final começou com o desembarque na Praia de Canasvieiras, no dia 23 de fevereiro de 1777. Ao chegar à região, território português guarnecido por fortalezas, os espanhóis tinham em sua esquadra oito embarcações para cada uma da pequena frota lusa que poderia oferecer alguma resistência. Não houve confronto algum. Os portugueses abandonaram seus postos, no mar e na terra, deixando o caminho livre para os espanhóis declararem a ilha posse do rei da Espanha sem disparar um tiro.
A Estação Radiotelegráfica, prédio ainda hoje existente, foi um aprimoramento que veio mais tarde, em 1914
Há 134 anos, em 17 de fevereiro de 1888, a Fortaleza de Santa Cruz de Anhatomirim entrava em uma nova era de comunicação. Foi nessa data que houve a primeira transmissão de uma mensagem da estação telegráfica da Ilha de Anhatomirim até Desterro, a capital de Santa Catarina à época. Anos depois, já no século XX, o equipamento foi substituído por um radiotelégrafo, que podia se comunicar também com embarcações e não somente com estações em terra.
Trabalho nas muradas e novo calçamento para pedestres. Fotos: Jaci Valdemiro Nunes
As obras de restauro e requalificação da Fortaleza de São José da Ponta Grossa, que fica na Praia do Forte, região norte de Florianópolis, estão tomando mais forma. O antigo calçamento, que contornava a fortificação, deu lugar a um novo passeio. Novos sanitários, para uso dos visitantes, estão em instalação. As estruturas metálicas de rampas de acesso e elevador também já foram construídas. As obras são custeadas pelo Fundo de Defesa dos Direitos Difusos, com projetos, contratos, gestão e fiscalização da superintendência do Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) em Santa Catarina. A Coordenadoria das Fortalezas da Ilha de Santa Catarina (CFISC), da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), dá apoio logístico ao trabalho e prepara um plano para reabertura da fortaleza à visitação.
Peça descoberta na ilha (à esquerda) e imagem de arquivo da Marinha do Brasil
A fivela encontrada na Fortaleza de Santa Cruz de Anhatomirim, em uma ação de limpeza em setembro de 2021, é uma peça histórica que pode ter mais de 110 anos. O acessório passou a fazer parte do uniforme das praças do Corpo de Fuzileiros Navais (militares com as patentes de soldado e cabo) por força de decreto instituído em 1908, informou a Marinha do Brasil após consulta da Coordenadoria das Fortalezas da Ilha de Santa Catarina (CFISC), da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). A fivela foi encontrada por voluntários que recolhiam lixo na Ilha de Anhatomirim – local que foi ocupado por contingentes da Marinha do Brasil de 1907 até meados de 1950.
As duas versões do videolivro Fortalezas da Ilha: uma visita ao passado, em português (vídeo acima) e em inglês, já estão disponíveis no canal Fortalezas da UFSC no Youtube. Embora tenham como principal público as crianças, qualquer pessoa pode aprender mais sobre a história das fortificações com os vídeos. Eles foram lançados nesta terça-feira (14/12) em transmissão ao vivo com participação de crianças, escolas e público em geral. Os videolivros são a versão animada do livro Fortalezas da Ilha: uma visita ao passado, que tem a versão digital disponível aqui no site.
Se você vive em Florianópolis é provável que você conheça a Praça Esteves Júnior. Localizada em frente ao mar, na Avenida Beira-Mar Norte, encontramos lá dois canhões antigos que anunciam que há história por lá. No século XVIII, no caminho entre a Vila de Nossa Senhora do Desterro (hoje município de Florianópolis) até a Praia de Fora, na Baía Norte, onde hoje situa-se a praça, ficava o Forte de São Francisco Xavier da Praia de Fora. O santo que batiza a fortificação tem seu dia celebrado neste 3 de dezembro.
Após uma visita à Fortaleza de Santa Cruz de Anhatomirim, em que viveu uma “experiência sensorial”, Osmar Antonio do Valle Ransolin inspirou-se para escrever uma poesia. Imaginando como seria um soldado maragato chegando à ilha como prisioneiro após a Revolução Federalista, Osmar compôs as linhas. A poesia é a participação dele no Projeto Fortalezas da Ilha de Santa Catarina: Vozes da Comunidade, lançado pela Coordenadoria das Fortalezas da Ilha de Santa Catarina (CFISC) para valorizar o que as pessoas sentem e pensam sobre as fortificações.
A Ilha de Ratones Grande, onde está localizada a Fortaleza de Santo Antônio de Ratones, possui extensão de mais de 190 mil metros quadrados. Nessa área, existe uma diversidade de mais de 50 espécie de pássaros, além de diversos anfíbios, répteis e mamíferos. Essas informações, bem como a história dos mutirões de limpeza da fortaleza, estão entre os detalhes do décimo e último episódio do tour virtual. Criado pelos alunos do Curso Técnico em Guia de Turismo do Campus Florianópolis-Continente do Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC) em parceria com a Coordenadoria das Fortalezas da Ilha de Santa Catarina (CFISC), o tour virtual apresentou um episódio a cada final de semana.
Veja também:
Sistema de captação de água da chuva era essencial no século XVIII (Episódio 9)
Conheça o Quartel da Tropa e a Casa dos Oficiais da Fortaleza de Santo Antônio de Ratones (Episódio 8)
Paiol da Pólvora ficava no ponto mais alto para evitar artilharia inimiga (Episódio 7)
Fortaleza de Santo Antônio de Ratones tinha duas baterias de canhões (Episódio 6)
Casa da Palamenta guardava material para disparo de canhões (Episódio 5)
Ponte levadiça controlava o acesso à Fortaleza de Santo Antônio de Ratones (Episódio 4)
Energia limpa mantém a Fortaleza de Santo Antônio de Ratones desde 2000 (Episódio 3)
Ratones ajudou no combate a epidemias no século XIX (Episódio 2) Assista ao primeiro episódio do tour virtual pela Fortaleza de Santo Antônio de Ratones (Episódio 1)
Tour virtual apresenta a Fortaleza de Santo Antônio de Ratones aos domingos (detalhes do projeto)