Guia da Fortaleza de Santo Antônio de Ratones

Na ilha de Ratones Grande, em meio à Baía Norte da Ilha de Santa Catarina, ergue-se a Fortaleza de Santo Antônio de Ratones, construída pelo governo português a partir de 1740. Idealizada pelo brigadeiro José da Silva Paes, compunha o sistema triangular de defesa da Barra Norte, formado ainda pelas fortalezas de Anhatomirim e Ponta Grossa.

Na segunda metade do século XIX abrigou também um lazareto para doenças epidêmicas, e a Marinha a utilizou ainda como depósito de carvão em meados daquele século e no início do século XX.

Abandonada e em ruínas após esse período, recebeu mutirões de limpeza em 1964 e 1983-1984. A Fortaleza de Santo Antônio de Ratones é um bem próprio da União, jurisdicionado à Marinha do Brasil. A fortificação – e por extensão toda a Ilha de Ratones Grande – é Patrimônio Histórico Nacional, tombada desde 1938, sob a tutela do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN).

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A fortaleza foi restaurada em 1990/1991, no âmbito do Projeto Fortalezas da Ilha de Santa Catarina – 250 anos na História Brasileira”, quando passou a ser também gerenciada pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) em 1991, sendo aberta á visitação pública no ano seguinte.

A maioria dos edifícios da fortificação estão situados num mesmo terrapleno e voltados para o mar. Vale a pena observar a singular arquitetura da Fonte d’água, o aqueduto que interliga os telhados da Casa do Comandante e dos quartéis, e a Portada com seu fosso seco, sobre o qual uma antiga ponte leFortaleza de Santo Antônio de Ratonesvadiça guarnecia a entrada da fortaleza.

Todos os edifícios e muralhas foram construídos com alvenaria de pedras (granito extraído da própria ilha de Ratones), e eram revestidos originalmente com reboco de cal e areia. A cal era produzida com as conchas de moluscos, abundantes na região.

No lado norte da fortificação, conformada por uma muralha curvilínea – cuja forma ajudava a repelir os tiros inimigos – encontramos a principal bateria de artilharia da fortaleza, que chegou a contar com 14 peças (canhões): duas de bronze e doze de ferro fundido. Atualmente restam apenas quatro canhões, com destaque para um modelo britânico Whitworth do século XIX, hoje posicionado no porto dessa fortaleza, e que na época era um dos maiores canhões existentes no Brasil.

Localização

A Fortaleza de Santo Antônio, aberta durante todo o ano à visitação pública, está localizada na Ilha de Ratones. A UFSC não é responsável pelo traslado a essa ilha, serviço prestado por empresas de transporte náutico  que atuam na região. Clique na imagem abaixo, e confira a localização no mapa:

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As fortalezas sob a tutela da UFSC

O Sistema Defensivo da Ilha de Santa Catarina, atual Florianópolis, foi idealizado pelo Brigadeiro José da Silva Paes, engenheiro militar português e primeiro governador da Capitania de Santa Catarina. Posteriormente, chegou a possuir dezenas de outras fortificações, sendo que as construções mais significativas deste sistema são as fortalezas de Anhatomirim, Ponta Grossa e Ratones, na Baía Norte, e a Fortaleza de Araçatuba, na Barra Sul.

Fortaleza de Santo Antônio de Ratones

Em 1979, a história da redescoberta das fortificações como patrimônio cultural de Santa Catarina e do Brasil se confunde com a própria história da Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC – quando ela assume definitivamente a guarda e manutenção de Anhatomirim, aberta à visitação público em 1984. A partir de 1989, a UFSC, em cooperação com o IPHAN, cria e coordena o “Projeto Fortalezas da Ilha de Santa Catarina – 250 anos na História Brasileira”, passando também a gerenciar as fortalezas de Ratones e Ponta Grossa, restauradas no âmbito desse projeto.

Este processo de resgate histórico vem sendo complementado com ações de conservação, documentação, valorização e divulgação das fortificações catarinenses e brasileiras, empreendidas pela Coordenadoria das Fortalezas da Ilha de Santa Catarina, em conjunto com o Projeto Fortalezas Multimídia, possibilitando a democratização do acesso ao conhecimento e contribuindo para a otimização do potencial educacional, cultural e turístico desses monumentos nacionais.

Sob a tutela da UFSC e abertas à visitação pública, as fortalezas converteram-se em pólo de produção e difusão de conhecimento, cultura e lazer, um dos mais bem preservados conjuntos de arquitetura militar de nosso país e uma das maiores atrações do turismo cultural do Sul do Brasil.

Conheça também:

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Fortaleza de Santa Cruz de Anhatomirim

A primeira, a principal e a maior das antigas fortalezas, Santa Cruz de Anhatomirim foi construída a partir de 1739, quando abrigou a primeira sede do Governo da Capitania de Santa Catarina. Na Ilha de  Anhatomirim, os edifícios distribuem-se em diversos níveis de maneira esparsa, de onde se pode desfrutar de visuais deslumbrantes da rica paisagem que os circundam. Dali avistam-se as ilhas do Arvoredo, de Ratones e de Santa Catarina, além das duas outras importantes fortalezas que protegiam a entrada da Barra Norte. O Quartel da Tropa, com suas arcadas monumentais e a Portada, com suas linhas de influência oriental, são destaques desta fortaleza.

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Fortaleza de São José da Ponta Grossa

Situada ao norte da Ilha de Santa Catarina, a Fortaleza de São José da Ponta Grossa forma um harmonioso e belo conjunto arquitetônico circundado por espessas muralhas e emoldurado pelos costões e areias da Praia do Forte. A edificação mais significativa desse conjunto é, sem dúvida, a Casa do Comandante, construção de dois pavimentos que, curiosamente, abriga também o Paiol da Pólvora. Uma mostra dos achados arqueológicos referentes aos aspectos da alimentação e uma oficina de Renda de Bilros, com exposição e vendas, fazem parte da visita.

 

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Mais informações:
www.fortalezas.ufsc.br
fortalezas@contato.ufsc.br
Telefone: (48) 3721-8302
Horário de funcionamento:
Alta temporada  (janeiro a março) – das 9h às 18h
Baixa temporada (abril a dezembro)– das 9h às 17h

Outras informações sobre essa fortaleza estão disponíveis no  Banco de Dados Internacional Sobre Fortificações.