Cinco curiosidades sobre a candidatura das fortalezas a patrimônio mundial

21/02/2022 11:40


Você sabia que a Fortaleza de Santa Cruz de Anhatomirim, em Governador Celso Ramos, e a Fortaleza de Santo Antônio de Ratones (ilustração acima), em Florianópolis, podem ser os primeiros patrimônios mundiais culturais de Santa Catarina? A candidatura foi aceita pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO). Junto com as fortalezas catarinenses, outras 17 fortificações brasileiras estão na mesma lista. Saiba cinco curiosidades sobre a candidatura a seguir…

A candidatura é inédita no Brasil
A Candidatura a Patrimônio Mundial do Conjunto de Fortificações Brasileiras foi proposta pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) à UNESCO de forma pioneira para o país, em 2015. É a primeira vez que o Brasil propõe uma candidatura de bem seriado. Isso quer dizer que existe um único bem que é candidato a se tornar patrimônio mundial, mas ele é formado por várias partes. Neste caso, cada uma dessas partes é uma das 19 fortificações localizadas em 10 diferentes estados brasileiros.

 

Por que as fortalezas seriam eleitas como patrimônio mundial?
As 19 fortificações escolhidas para formar o bem candidato a patrimônio mundial pela UNESCO foram selecionadas para representar um conjunto muito maior – muitas, claro, acabaram ficando de fora da lista. Na verdade, podem ser enumeradas centenas de construções militares edificadas a partir do século XVI no Brasil. Essas escolhidas são como uma representação de todas elas.

Fortaleza de Santa Cruz de Anhatomirim, em Governador Celso Ramos

O que as fortificações brasileiras têm de diferente em relação a fortalezas de outros países é que delimitaram uma nação enorme, continental, representando, elas mesmas, a diversificação cultural formadora do Brasil. Isso porque as fortalezas e os fortes brasileiros nasceram, em muitos casos, do empenho vindo de diversas regiões (como habitantes locais na luta contra invasores estrangeiros), nem sempre sob o comando da Coroa Portuguesa, que colonizava o Brasil à época. Essa diferenciação é chamada de valor excepcional do bem, ou seja, é aquilo que o destaca para se tornar patrimônio de toda a humanidade e não apenas de uma nação.

 

Quais são as fortificações que formam o bem candidato?
As 19 fortificações escolhidas como representantes para formar o bem que é candidato a patrimônio mundial são:

 


Santa Catarina
Fortaleza de Santa Cruz de Anhantomirim – Governador Celso Ramos (SC)
Fortaleza de Santo Antônio de Ratones – Florianópolis (SC)

Amapá
Fortaleza de São José – Macapá (AP)

Bahia
Forte de Santo Antônio da Barra – Salvador (BA)
Forte São Diogo – Salvador (BA)
Forte São Marcelo – Salvador (BA)
Forte de Santa Maria – Salvador (BA)
Forte de Nossa Sra. de Mont Serrat – Salvador (BA)

Mato Grosso do Sul
Forte de Coimbra – Corumbá (MS)

Paraíba
Forte de Santa Catarina – Cabedelo (PB)

Pernambuco
Forte de Santa Cruz (Forte Orange) – Itamaracá (PE)
Forte São João Batista do Brum – Recife (PE)
Forte São Tiago das Cinco Pontas – Recife (PE)

Rio Grande do Norte
Forte dos Reis Magos – Natal (RN)

Rio de Janeiro
Fortaleza de Santa Cruz da Barra – Niterói (RJ)
Fortaleza de São João – Rio de Janeiro (RJ)

Rondônia
Forte de Príncipe da Beira – Costa Marques (RO)

São Paulo
Fortaleza de Santo Amaro da Barra Grande – Guarujá (SP)
Forte São João – Bertioga (SP)


 

Como funciona a avaliação?
O proponente da candidatura, neste caso, o Governo do Brasil, é que indica quando tudo está pronto para avaliação final pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO). O bem tem de obedecer a uma série de critérios – como, por exemplo, garantia de acesso a visitantes, valorização local, plano de conservação, etc – que serão analisados tanto com a apresentação de documentos, quanto com visitas de avaliadores. Depois disso, se todos os critérios forem atendidos, o bem (neste caso, as 19 fortificações em conjunto) é listado como Patrimônio Cultural Mundial.

Fortaleza de Santo Antônio de Ratones, em Florianópolis

 

Como estão os trabalhos em Santa Catarina?
A superintendência do IPHAN em Santa Catarina instituiu, em 2018, o Comitê Técnico Estadual Santa Catarina – Candidatura Fortalezas a Patrimônio Mundial, que, desde então, debate vários pontos a respeito das fortificações da região. Além do próprio IPHAN, fazem parte do grupo UFSC (gestora das fortalezas), Governo do Estado de Santa Catarina, Prefeitura Municipal de Governador Celso Ramos, Prefeitura Municipal de Florianópolis, Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), entre outras instituições, incluindo aquelas que representam a sociedade civil. Mesmo com a pandemia, o comitê não parou as atividades, discutindo vários pontos, realizando oficinas e também lançando uma pesquisa sobre as fortalezas.

Confira reportagem da TV UFSC sobre o assunto:

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