Rendeira de Fortaleza de São José de Ponta Grossa é convidada para expor renda de bilro em evento na UFSC
Zenaide Francisca Campos, rendeira há 64 anos, participou da 52ª edição do Fórum de Pró-reitores de Extensão das Instituições Públicas de Educação Brasileiras (Forproex). Convidada pela organização do evento, Zenaide passou a tarde do dia 3 de junho no salão do Centro de Eventos, local em que ocorreu o Fórum. O encontro aconteceu entre os dias 3 a 5 e teve como intuito favorecer discussões que abrangem percursos e previsões para o futuro da Extensão na Educação Superior.
Moradora de Jurerê, Zenaide pratica a arte das rendas de bilro desde os cinco anos. Nascida em 10 de junho de 1955, ela aprendeu a técnica de maneira tradicional, por meio da sua mãe. É dessa forma que o aprendizado perdura em sua família há gerações. A rendeira trabalha diariamente na Fortaleza de São José de Ponta Grossa, onde também exibe seu trabalho. De acordo com ela, ter sua arte em locais diferentes é algo positivo, tendo se divertido ao levá-la para o Forproex. “Fui muito bem recebida, foi um dia muito bom. Espero que tenha mais!”
A renda de bilro consiste na produção artesanal de rendas a partir de objetos de madeira com uma pequena cabeça nas extremidades. Ela não tem local de origem definido, e através do Arquipélago de Açores, Portugal trouxe essa atividade para Florianópolis no século XVIII, período em que foi idealizado o sistema defensivo da região: as fortalezas da Ilha de Santa Catarina. Os arredores da Fortaleza se tornaram atrativos para os imigrantes, que trouxeram a renda de bilro, a agricultura e a pesca artesanal para a região. A venda de rendas era destinada principalmente ao turismo, e se manteve assim até a década de 80, quando seu consumo pelos turistas reduziu. Apesar de ainda trabalharem com isso, as rendeiras adquiriram um caráter folclórico e se tornaram um símbolo da história e cultura da ilha.