Guia da Fortaleza de São José da Ponta Grossa
Fortaleza de São Jose da Ponta Grossa
Ao Norte da Ilha de Santa Catarina, entre as praias do Forte e Jurerê, ergue-se um dos mais belos monumentos catarinenses do século XVIII: a Fortaleza de São José da Ponta Grossa. Em conjunto com as Fortalezas de Santa Cruz de Anhatomirim e Santo Antônio de Ratones, formava o sistema triangular de defesa que deveria proteger a Barra Norte da Ilha contra investidas estrangeiras e consolidar a ocupação portuguesa no Sul do Brasil.
Foi idealizada pelo Brigadeiro José da Silva Paes, engenheiro militar e primeiro governador da Capitania de Santa Catarina, e sua construção iniciou-se a partir de 1740. Em 1765 foi erguida a Bateria de São Caetano, a 200 metros da Fortaleza, para complementar a defesa de seu flanco leste. Em levantamento realizado em 1786, possuía 31 canhões, sendo 26 de ferro fundido e 5 de bronze.
Em 1938, já em ruínas, foi tombada pelo Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, atual IPHAN. Nas décadas de 1970 e 1980 foram realizados trabalhos de prospecção arqueológica e de restauração parcial da Capela, e consolidação estrutural de algumas paredes da Casa do Comandante e muralhas. Finalmente, em 1991 e 1992, teve a maioria de seus edifícios restaurados pelo “Projeto Fortalezas da Ilha de Santa Catarina – 250 anos na História Brasileira”, quando passou a ser também mantida e gerenciada pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), juntamente com as fortalezas de Anhatomirim e Ratones.
Assim como as demais fortalezas brasileiras do século XVIII, São José possui traços de influência renascentista. Seus edifícios distribuem-se sobre três terraplenos interligados por rampas de pedra, cercados por espessas muralhas. Todo o conjunto foi construído em alvenaria de pedras com argamassa e reboco de cal de conchas e areia.
Entre os edifícios, destaca-se a Casa do Comandante, construção de dois pavimentos, contígua ao Paiol da Pólvora que, juntamente com a austera Capela, ocupam o pátio principal da Fortaleza, espelhando bem a importância da inter-relação dos poderes do Rei e da Igreja no século XVIII.
O projeto de restauração buscou reconstruir a volumetria das muralhas e edifícios, seus vãos originais e coberturas, preservando os elementos remanescentes, mas também deixando evidente as intervenções ocorridas nas construções ao longo de sua história.
Nas áreas externas às muralhas, passeios, bancos, gramados e belvederes harmonizam a fortaleza com o mar, a vegetação e a bela paisagem circundante. A revitalização dos espaços restaurados busca garantir a preservação dos mesmos, pela efetiva ocupação dos edifícios,seja com usos associados ao resgate das práticas culturais tradicionais da comunidade local, como ocorre no Atelier das Rendeiras (Quartel da Tropa), seja adequando ambientes internos e externos para eventos artísticos, museológicos e culturais.
As fortalezas sob a tutela da UFSC
O Sistema Defensivo da Ilha de Santa Catarina, atual Florianópolis, foi idealizado pelo Brigadeiro José da Silva Paes, engenheiro militar português e primeiro governador da Capitania de Santa Catarina. Posteriormente, chegou a possuir dezenas de outras fortificações, sendo que as construções mais significativas deste sistema são as fortalezas de Anhatomirim, Ponta Grossa e Ratones, na Baía Norte, e a Fortaleza de Araçatuba, na Barra Sul.
Em 1979, a história da redescoberta das fortificações como patrimônio cultural de Santa Catarina e do Brasil se confunde com a própria história da Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC – quando ela assume definitivamente a guarda e manutenção de Anhatomirim, aberta à visitação público em 1984. A partir de 1989, a UFSC, em cooperação com o IPHAN, cria e coordena o “Projeto Fortalezas da Ilha de Santa Catarina – 250 anos na História Brasileira”, passando também a gerenciar as fortalezas de Ratones e Ponta Grossa, restauradas no âmbito desse projeto.
Este processo de resgate histórico vem sendo complementado com ações de conservação, documentação, valorização e divulgação das fortificações catarinenses e brasileiras, empreendidas pela Coordenadoria das Fortalezas da Ilha de Santa Catarina, em conjunto com o Projeto Fortalezas Multimídia, possibilitando a democratização do acesso ao conhecimento e contribuindo para a otimização do potencial educacional, cultural e turístico desses monumentos nacionais.
Sob a tutela da UFSC e abertas à visitação pública, as fortalezas converteram-se em pólo de produção e difusão de conhecimento, cultura e lazer, um dos mais bem preservados conjuntos de arquitetura militar de nosso país e uma das maiores atrações do turismo cultural do Sul do Brasil.
Localização
A Fortaleza de São José da Ponta Grossa está localizada na Praia do Forte, norte da cidade de Florianópolis, e pode ser acessada por via terrestre. Clique na imagem abaixo e confira a localização no mapa:
Visite também:
Fortaleza de Santo Antônio de Ratones
Os principais edifícios da Fortaleza de Santo Antônio de Ratones, construídos a partir de 1740, estão implantados em linha num único terrapleno, guarnecidos pela encosta e voltados para o mar. Vale a pena observar a Portada, a Fonte d´Água e o Aqueduto. A Ilha de Ratones é um paraíso recortado por uma Trilha Ecológica de 1.075 metros. Percorrendo-a, você entrará em contato direto com a fauna e a flora dos ambientes marinhos e da Mata Atlântica (essa trilha está temporariamente desativada).
Fortaleza de Santa Cruz de Anhatomirim
A primeira, a principal e a maior das antigas fortalezas, Santa Cruz de Anhatomirim foi construída a partir de 1739, quando abrigou a primeira sede do Governo da Capitania de Santa Catarina. Na Ilha de Anhatomirim, os edifícios distribuem-se em diversos níveis de maneira esparsa, de onde se pode desfrutar de visuais deslumbrantes da rica paisagem que os circundam. Dali avistam-se as ilhas do Arvoredo, de Ratones e de Santa Catarina, além das duas outras importantes fortalezas que protegiam a entrada da Barra Norte. O Quartel da Tropa, com suas arcadas monumentais e a Portada, com suas linhas de influência oriental, são destaques desta fortaleza.
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Mais informações: www.fortalezas.ufsc.br fortalezas@contato.ufsc.br Telefone: (48) 3721-8302 |
Horário de funcionamento: Alta temporada (janeiro a março) – das 9h às 12h e das 13h às18h Baixa temporada (abril a dezembro)– das 9h às 12h e das 13h às17h |
Outras informações sobre essa fortaleza estão disponíveis no Banco de Dados Internacional Sobre Fortificações.