Guia da Fortaleza de Santa Cruz de Anhatomirim
Fortaleza de Santa Cruz de Anhatomirim
A Fortaleza de Santa Cruz foi a principal fortificação do antigo Sistema Defensivo da Ilha de Santa Catarina, projetada e construída pelo Brigadeiro português José da Silva Paes, a partir de 1739. Estrategicamente localizada na Ilha de Anhatomirim, em Governador Celso Ramos, Santa Cruz configurava no século XVIII o principal vértice do sistema triangular de defesa da Baía Norte, que protegia a Ilha de Santa Catarina contra as investidas estrangeiras.
Este sistema era composto ainda pelas fortalezas de São José da Ponta Grossa e Santo Antônio de Ratones. No final do século XIX alguns de seus edifícios já haviam desaparecido, e outros haviam sido construídos, como o Novo Paiol e a Nova Casa do Comandante. Em 1894, durante a Revolução Federalista, Anhatomirim reassume sua importância ao servir de presídio e base de fuzilamento de revoltosos contra o governo de Floriano Peixoto.
No período compreendido pelas duas grandes guerras mundiais, a fortificação foi reequipada militarmente com novos edifícios como a Estação Radiotelegráfica e a Usina de Eletricidade, e com armamentos modernos. Em 1938 a Fortaleza de Anhatomirim foi tombada como Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, sendo desativada como unidade militar após a Segunda Guerra Mundial. A Marinha, proprietária do imóvel, ainda manteve um destacamento de vigilância em Anhatomirim até provavelmente fins da década de 1950. Após esse período, permaneceu anos em total abandono até ser redescoberta e restaurada nas décadas de 1970 e 1980, numa ação conjunta da Universidade Federal de Santa Catarina e do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional.
A restauração da Fortaleza de Anhatomirim ocorreu em dois momentos: o primeiro na década de 1970 e início da década de 1980, onde buscou-se recuperar a imagem que as construções tinham originalmente; e no final da década de 1980 e início da década de 1990, procurando agora recuperar somente as características essenciais das construções, respeitando os vestígios remanescentes dos antigos edifícios.
A revitalização dos espaços restaurados buscou garantir a preservação e ao mesmo tempo adequar os ambientes internos e externos aos novos usos e necessidades requeridas, como instalações elétricas e de água e esgoto, imprescindíveis no funcionamento de um monumento de grande visitação pública.
Assim como as demais fortalezas brasileiras do século XVIII, Santa Cruz possui traços de influência renascentista. Em Anhatomirim, os edifícios históricos distribuem-se em diversos níveis de maneira esparsa por uma área de grande beleza paisagística, onde o visitante pode desfrutar de visuais fantásticos, tanto no interior da própria ilha, quanto na apreciação da paisagem circundante.
Localização
A Fortaleza de Santa Cruz está localizada na ilha de Anhatomirim. A UFSC não é responsável pelo traslado a essas ilhas, serviço prestado pelas empresas de transporte náutico que atuam na região. Clique na imagem abaixo e confira a localização no mapa:
As fortalezas sob a tutela da UFSC
O Sistema Defensivo da Ilha de Santa Catarina, atual Florianópolis, foi idealizado pelo Brigadeiro José da Silva Paes, engenheiro militar português e primeiro governador da Capitania de Santa Catarina. Posteriormente, chegou a possuir dezenas de outras fortificações, sendo que as construções mais significativas deste sistema são as fortalezas de Anhatomirim, Ponta Grossa e Ratones, na Baía Norte, e a Fortaleza de Araçatuba, na Barra Sul.
Em 1979, a história da redescoberta das fortificações como patrimônio cultural de Santa Catarina e do Brasil se confunde com a própria história da Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC – quando ela assume definitivamente a guarda e manutenção de Anhatomirim, aberta à visitação público em 1984. A partir de 1989, a UFSC, em cooperação com o IPHAN, cria e coordena o “Projeto Fortalezas da Ilha de Santa Catarina – 250 anos na História Brasileira”, passando também a gerenciar as fortalezas de Ratones e Ponta Grossa, restauradas no âmbito desse projeto.
Este processo de resgate histórico vem sendo complementado com ações de conservação, documentação, valorização e divulgação das fortificações catarinenses e brasileiras, empreendidas pela Coordenadoria das Fortalezas da Ilha de Santa Catarina, em conjunto com o Projeto Fortalezas Multimídia, possibilitando a democratização do acesso ao conhecimento e contribuindo para a otimização do potencial educacional, cultural e turístico desses monumentos nacionais.
Abertas à visitação pública e sob a tutela da UFSC, as fortalezas converteram-se em pólo de produção e difusão de conhecimento, cultura e lazer, um dos mais bem preservados conjuntos de arquitetura militar de nosso país e uma das maiores atrações do turismo cultural do Sul do Brasil.
Fortaleza de São José da Ponta Grossa
Situada ao norte da Ilha de Santa Catarina, a Fortaleza de São José da Ponta Grossa forma um harmonioso e belo conjunto arquitetônico circundado por espessas muralhas e emoldurado pelos costões e areias da Praia do Forte. A edificação mais significativa desse conjunto é, sem dúvida, a Casa do Comandante, construção de dois pavimentos que, curiosamente, abriga também o Paiol da Pólvora. Uma mostra dos achados arqueológicos referentes aos aspectos da alimentação e uma oficina de Renda de Bilros, com exposição e vendas, fazem parte da visita.
Fortaleza de Santo Antônio de Ratones
Os principais edifícios da Fortaleza de Santo Antônio de Ratones, construídos a partir de 1740, estão implantados em linha num único terrapleno, guarnecidos pela encosta e voltados para o mar. Vale a pena observar a Portada, a Fonte d´Água e o Aqueduto. A Ilha de Ratones é um paraíso recortado por uma Trilha Ecológica de 1.075 metros. Percorrendo-a, você entrará em contato direto com a fauna e a flora dos ambientes marinhos e da Mata Atlântica (essa trilha está temporariamente desativada).
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Mais informações: www.fortalezas.ufsc.br fortalezas@contato.ufsc.br Telefone: (48) 3721-8302 |
Horário de funcionamento: Alta temporada (jan. a mar.) – das 9 às 18h Demais meses (abr. à dez.) – das 9 às 17h |
Outras informações sobre esta fortaleza estão disponíveis no Banco de Dados Internacional Sobre Fortificações.